quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Enquanto dormimos • While you sleep


Quem nunca ficou impressionado com as imagens "vistas" em um sonho durante uma noite de sono? Às vezes essas imagens parecem tão reais, que passamos o dia todo pensando nisso e até nos amedrontamos quando sonhamos com acontecimentos nada esperados, como um tipo de previsão ou sonho intuitivo.

A verdade é que pouco se sabe sobre os segredos dos sonhos e do próprio sono. Onde será que ele se forma? Quais mecanismos cerebrais estão envolvidos na seleção de imagens oníricas? Por que elas parecem tão reais?

Freud já havia teorizado acerca dos sonhos afirmando serem "restos diurnos", ou mais especificamente, realizações de desejos não realizados na vigília. Até mesmo os sonhos mais assustadores podem carregar consigo conteúdos desejáveis e recalcados. Um grande mistério.

Mas Freud não estava totalmente equivocado. Hoje se sabe, pelas neurociências, que o sono é fundamental para a reorganização de informações adquiridas durante a vigília. Essas informações são "recebidas" quando estamos acordados e são organizadas e armazenadas quando dormimos, guardando as mais importantes e descartando as de menor importância. Antigamente acreditava-se que ao dormir, o cérebro ficava completamente paralisado. Pelo contrário, ele permanece ativo, até mesmo no sono profundo e no REM, em que ocorrem movimentações oculares rápidas e em que ocorrem os sonhos.

Outro fator interessante descoberto é que, durante o sono, áreas específicas cerebrais são estimuladas dependendo do que se está imaginando enquanto dormimos. Quer dizer, mesmo em paralisia muscular, se estamos sonhando com uma corrida, ou com uma briga com alguém, áreas cerebrais motoras estão sendo estimuladas.

O sono de ondas lentas se intercala com o sono REM e, em uma noite de oito horas de sono, uma pessoa pode ter o descanso mental de que precisa. O sono é fundamental não somente para o repouso e descanso, mas para a assimilação de aprendizagens, codificação da memória e desenvolvimento cognitivo.

O mistério, no entanto, se edifica em torno da pergunta "por que armazenamos algumas informações e outras são descartadas?".