segunda-feira, 9 de julho de 2012

"Psicopatia", Perversão e Criminalidade ● "Psichopathy", Perversion and Criminality

       O homem não é naturalmente bom, nem naturalmente mau, mas em todos os lugares, viver de acordo com o bom é viver segundo a moral, é ser honrado. Ao passo que viver contra esse ideal, é estar sujeito à desconsideração e ao preconceito (Weil, 2011). Ser “bom”, segundo uma história etimológica, significa ser útil, aristocrático, espiritualmente nobre e ser “ruim” está relacionado ao plebeu, ao comum, ao simples (Nietzsche, 2010). Esses termos eram criados e naturalizados por pessoas de poder, que ocupavam cargos aristocráticos e baseavam-se em seus próprios interesses para separar aquilo ou aquele que poderia ser útil, daquilo ou daquele que não teria importância. Por muito tempo, essa aristocracia esteve ligada ao espiritual e à Igreja, o que indica que muitos dos valores criados há milhares de anos e enraizados até hoje nasceram a partir de pressupostos e princípios religiosos (Weil, 2011).
            Mas o homem não pode falar de bem, se não tiver pleno conhecimento de seu oposto, o mal. É justamente pela contrapartida que se faz o termo, não é possível se falar de bem, sem saber o que é mal, ao mesmo tempo em que é impossível se falar do que é claro, sem saber o que é escuro, doce, sem saber o que é salgado, liso, sem saber o que é texturizado. Existe uma esfera dicotômica dentro da genealogia da moral, influenciada por necessidades e desejos, que luta para separar o homem em completamente bom ou completamente ruim. Mas, é claro, essa separação nunca seria possível se portar-se como “ruim” não fosse um risco a todo ser que almeja ser totalmente “bom”.
            Por uma aspiração à santidade, as pessoas já chegaram a manifstar comportamentos altamente destrutivos. Flagelar-se, inflingir-se um castigo significava querer educar o corpo, dominá-lo, mortificá-lo para submetê-lo a uma ordem divina. Mas “os flagelantes acabaram por ser vistos como possuídos pelas paixões demoníacas que eles pretendiam vencer” (Roudinesco, 2008). A flagelação foi, então, comparada a um ato de devassidão: o que antes se dirigia a um ideal religioso e divino, por própria influência da Igreja, passou a ser visto como “ruim”, “demoníaco” e devasso.
            Da mesma maneira, os costumes pederastas gregos, expressos por rituais de iniciação sexual masculinos, revelavam comportamentos hoje tidos não só como pedófilos, como por incestuosos e homossexuais. Apenas mais um exemplo de comportamentos vistos como “normais” e esperados socialmente, influenciados por novos ideais e valores que acabam por taxá-los como algo próximo ao demoníaco, ao inútil, ao perverso. Relações homossexuais, não necessariamente intrafamiliares, ocorrem já há muitos séculos, marcaram a história do mundo e sempre estiveram presentes na rotina humana. Foi a partir do fortalecimento dos ideais religiosos, além da ascensão dos pressupostos científicos iluministas, que a homossexualidade passou a ser vista como promíscua e desprovida de qualquer utilidade pública e social, pois não favorecia a formação da família e, portanto, não poderia ser vista como ato cabível e desejável (Roudinesco, 2008).
            A manifestação de todos esses comportamentos indesejáveis, que vão contra o que é estabelecido como moral pela vontade dos maiores, não poderia ser vista de outra maneira, a não ser como desviante e anormal. Assim, uma união entre princípios morais e religiosos e conceitos científicos vigentes puderam, juntos, começar a criar as bases para o que hoje denomina-se psicopatologia. Aquilo que é indesejável e que se manifesta contra os ideais era, portanto, desviante, patológico e inconcebível e deveria receber um tratamento ideal: o afastamento social.
            Falando-se de pederastia, flagelação e homossexualidade, por exemplo, o termo perversão passou a integrar uma noção de degeneração ou loucura moral, e as perversões sexuais entraram no vocabulário da psiquiatria como anomalias ou aberrações da conduta sexual. Com origem no latim perversione, a perversão significa nada mais do que tornar-se perverso ou mau, corromper, depravar, desmoralizar (Ferraz, 2010), ou seja, significa estar inadequado ao estabelecido como moral, posicionar-se como “inútil”, “pobre” e “indesejável” e ser visto como mau.
            A proposta higienista, fundada a partir de ideais que valorizavam a formação da família e do homem perfeito criou costumes de discriminação e afastamento social àqueles que se portavam como indesejáveis. Loucos, criminosos, prostitutas, pobres, doentes mentais e qualquer “classe” humana tida como inútil e “ruim” era então excluída, inserida em espaços denominados asilos. Assim, era possível filtrar tudo o que manifestava a parte obscura do ser humano, como se o convívio em sociedade significasse má influência, contágio ou disseminação de algo que já não estivesse presente dentro de todos.
             Posteriormente, reformas na área da saúde mental transformaram os asilos em instituições teoricamente melhores, com tratamentos mais humanos e eficientes. Os hospitais psiquiátricos começaram a se dirigir aos “loucos” e as penitenciárias, aos criminosos. Aos “loucos infratores”, foram criados manicômios judiciais.
            As próprias penitenciárias podem ser vistas por um prisma histórico mais complexo. Muito antes de se pensar em um regime fechado de punição, o tratamento aos indesejáveis se dava de uma forma não mais perversa do que as execuções públicas. Em rituais de esquartejamentos, queimadas, enforcamento e trações à cavalo, o objetivo era castigar o corpo do sujeito, expondo-o ao público para servir de exemplo (Foucault, 2010). O show de horror, comparativamente muito pior do que os atos de flagelação, dirigiam-se ao mesmo destino: ceder o corpo às ordens divinas, castigar e mortificar para alcançar o perdão. A diferença é que a flagelação consistia em um ato pessoal de “progresso”, ao passo que as execuções penais eram impostas a terceiros. Ambas, vistas atualmente, assemelham-se ao que hoje se denomina masoquismo, sadismo e até homicídio. Observa-se, então, por trás de comportamentos tidos como desejáveis – castigar os que merecem - condutas próximas às repreensíveis: violentar aquele que violentou, impor sofrimento ao que outrora o causou, projetar agressividade naquele que a possui.
            Como afirma Beccaria (2005), “o assassinato que nos é apresentado como um crime horrível, vemo-lo sendo cometido friamente, sem remorsos”. De maneira semelhante, os atos cruéis de Auschwitz, que torturaram e executaram milhares de judeus pela crença de serem “impuros” ou pertencentes a uma “raça inferior”, demonstram-se, mais uma vez, como possibilidades de comportamentos perversos e violentos, por parte de homens “comuns”, em obediência a ordens superiores, convenções sociais ou princípios “legítimos” (Roudinesco, 2008). Ou seja, ato perverso por ato perverso, não se pode apenas olhar para o homem indesejável, o que comete crimes horrendos, buscando a dicotomização já dita anteriormente. Se estamos falando de “bem” e “mal”, cateogorizando o “mal” como símbolo de tudo o que vai contra o moralmente estabelecido, as atitudes violentas dos “normais” também se enquadrariam no simbolismo do “mal” e, portanto, ao final, tudo se resumiria a obscuridade. A verdade é que ninguém se constitui apenas por “bem” ou por “mal” e não somente os vistos como indesejáveis, loucos, pobres de espírito são capazes de cometerem atrocidades: elas são percebidas em toda parte, legítima ou ilegitimamente.
            Depois de alguns anos, o paradigma da punição passou por modificações. A punição agora se dirigia à alma e, quando envolvia morte, exigia a diminuição do sofrimento e da dor. Além disso, foram adquiridas “medidas de segurança”, que acompanham a pena e se destinam a controlar o indivíduo, neutralizar sua periculosidade, a modificar suas disposições criminosas, cessando somente após a obtenção de tais modificações (Foucault, 2010). Para isso, equipes multidisciplinares se dirigiam a invocar a loucura para justificar o ato criminoso, qualquer infração incluía a hipótese da loucura. A partir do momento em que essa faz parte daquele que a possui e que ele é única e exclusivamente responsável por sua loucura, a responsabilidade do crime é deslocada de uma sociedade problemática, para um cidadão problemático.
            O direito de punir passou de vingança de um soberano, a uma defesa da sociedade. A pessoa que comete um crime se torna um traidor da ordem social e passa a merecer a união da sociedade contra ele. Assim, os homens se vêem no direito de exercer sua violência sobre o descumpridor, não apenas a partir da liberdade limitada, mas a partir de olhares discriminatórios, exclusão social, preconceito e asco. Se a pena de morte não é legalizada, ela acaba por ocorrer de um jeito ou de outro. O criminoso que se mostra traidor está fadado à prisão perpétua, à morte de espírito. E aos “incorrigíveis”, aos quais a limitação de liberdade não seria útil, não caberia melhor estratégia a não ser eliminá-los (Foucault, 2010).
            Não é preciso ir tão longe, a violência que se vê sendo cometida há tantos séculos está ainda manifestada nas rotinas humanas, serve de solução para problemas, de artifício para algumas profissões, de condutas educativas e, até, de meios de comunicação e lazer. A humanidade não só é movida pela violência, como algo que pertence e está inerente ao ser, como se alimenta dela, utiliza-a como objeto, resposta e diversão. Iniciando nos rituais de execução pública, relatados anteriormente, como verdadeiros espetáculos do horror, que uniam populações curiosas e ávidas por vingança, passando pelos depósitos de gente, ou asilos, direcionados a transformar qualquer vida em sobrevida e mazela, chegando próximo às guerras, chacinas, torturas e genocídios, aos golpes políticos, às literaturas subversivas, ao culto dos palavrões,  à violência à mulher, idosos, crianças, homossexuais e negros, chegando finalmente ao que se vê frequentemente nos meios públicos como programas de televisão, filmes e lutas. O homem está cercado por essa violência, em menor ou maior grau, absorve, consome, interpreta e reproduz, sem nem ao menos perceber. O que acontece com o mundo? Está se aproximando ao caos da agressão ou só se demonstra, desde seus primórdios, extremamente violento?
            O que seria do sadismo se não tivesse existido Sade? Mas muito mais do que isso, o que seria de Sade, se não houvesse sua violência? Mesmo que não totalmente comprovada sua atuação, sua literatura retratava o que o público queria ver. Ao mesmo tempo em que revela os desejos, a curiosidade e as necessidades humanas, revela justamente aquilo que todos lutam para esconder, para manter entre quatro paredes. Sade é um veículo que manifesta as vontades mais profundas e obscuras humanas, mas como todo corajoso que as expressa, sofreu discriminação, isolamento social e uma obrigação ao silêncio. Mas o que seria de Sade e de sua criatividade extremamente sexual, se não houvessem pessoas para ler, deliciar-se e disseminar suas obras?
            Ao mesmo tempo, o que seria de Monsieur Verdoux se não fosse seu notável charme em suas mais perversas atitudes?  Chaplin “manipula conscientemente seu público, quer obter o riso, a emoção, o estupor” ( Susini, 2006). Os espectadores, então, permanecem felizes, realizados, talvez por assistirem um ídolo fictício, simpático, vítima do abandono social, realizando aquilo que possa ser o maior desejo de todos. A inversão chega a nível tão profundo, a ponto de levar o público a se posicionar contra a polícia, uma vez que o personagem é pego e precisa se submeter às consequências legais de seus atos. Como afirma Susini (2006), “Mas a verdade, a nossa, despojada de nossa hipocrisia, nos é mostrada através dos jornalistas ávidos de sensações e imagens”.
            Os  meios de comunicação podem ser vistos como a reprodução de desejos e necessidades de quem a produz, unida ao que o público deseja ver. É um veículo de dupla significação, pois ao mesmo tempo em que se utiliza dos desejos dos alvos para se realizar, alimenta-os e cria desejos mais profundos. A partir disso, fica clara  a estratégia da mídia em divulgar e reproduzir todo tipo de violência. Não se trata, necessariamente, de uma comunicação perversa, trata-se de um trabalho de pesquisa, que ganha sua notoriedade manifestando exatamente o que quer ser visto. Ou seja, se o que se expressa é violência e, ao mesmo tempo, é o que se consome e assiste, a mídia nada mais é do que um meio de expressão da violência que existe em todos, que quer ser manifesta, que quer ser vista, mas por algum motivo precisa estar no mundo da fantasia, do irreal, do ilusório.
            O que há em comum, portanto, entre gregos pederastas, aristocratas sádicos, líderes de guerra, idealizadores de genocídios, políticos corruptos, Sade, Monsieur Verdoux, Hannibal, “Chico Picadinho” e todo o resto da sociedade que, de alguma maneira, admira, observa, assiste e procura tudo isso? Não é preciso criar nomes ou rótulos para se referir ao ser humano. Está claro e exposto que todos possuem em comum o desejo pela violência, mas a partir de conceitos morais, criados e enraizados já há tanto tempo, essa agressividade precisa ficar velada, escondida e se manifesta apenas em momentos oportunos. De maneira análoga à visão da loucura, olhando de perto todo ser humano, ao final não teríamos mais sociedade “normalmente” construída. Acabaríamos por isolar socialmente todos aqueles que correm o risco de irem de encontro com as leis morais, mas ao final, perceberia-se exatamente o que conta “O alienista” (Assis, 1998), a inversão de um mundo comum, público, com rotinas usuais, a um mundo perverso, violento, trancafiado e isolado. Ou seja, observando detalhadamente o caráter humano, chegaria-se na descoberta de que todos, sem exceção, correm risco de passarem ao ato, de se mostrarem violentos, de manifestarem seus mais profundos desejos e, em palavras mais concretas, de cometerem crimes.
            Partindo desse pressuposto puramente estatístico, o mesmo que acaba por taxar como louco aquele que se comporta e percebe o mundo de maneira “inusual”, o mesmo pode ser questionado quanto ao que se denomina Psicopatia. Uma “doença do caráter”, que acomete mais homens do que mulheres, um padrão de comportamentos frios, calculistas e sem consciência, vindos de uma pessoa carente de empatia, manipuladora e cruel (Silva, 2008) ou um rótulo mal utilizado para se referir a um ser humano, com dores e sofrimentos intensos, que acabam por “passar ao ato” a partir de histórias e significações complexas, traumáticas e aterrorizantes?
            Se comportamentos tidos como psicopáticos ou próprios de um Transtorno de Personalidade Antissocial  referem-se a uma ausência de consciência, poderíamos dizer que o mundo se comporta inconscientemente há séculos? O que significa uma “doença do caráter”? Resume-se a um conjunto de comportamentos que vão contra o moralmente estabelecido? E de quem é essa moral? A quem pertence, quem a criou? Por que ver o que não aceita a moral tal como ela é como “doente” ao invés de ver o que se esforça para conter sua própria natureza em prol de regras e costumes artificialmente criados? Se os comportamentos frios e calculistas se referem a utilizar o outro em prol das próprias necessidades, em pleno 2012 seria possível, portanto, realizar uma mega ação diagnóstica, que transformaria o mundo num verdadeiro hospício a céu aberto. Nunca se percebeu sociedade tão narcisista quanto atualmente, que luta para valorizar o próprio corpo e os próprios bens e, automaticamente, desconsidera o outro. Ou seja, nesse continuum narcisista, que visa a própria felicidade, promoção e bem-estar a qualquer custo, o outro acaba ficando em segundo plano e existe um risco de se comportar friamente. E, finalmente, até mesmo nos atos mais perversos, cometidos pelos infelizes rotulados “psicopatas” ou por pessoas “normais”, vê-se um nível de empatia enorme. Utilizar-se do outro para prazer próprio significa pesquisar seus desejos e necessidades, alcançá-lo a partir disso, manipulá-lo, persuadí-lo. Não existe nenhuma outra forma de se perceber o que o outro deseja a não ser exercitando uma poderosa empatia.
            A Psicopatia, assim como os conceitos de “bem” e “mal”, são termos criados pelo homem, a partir da necessidade de se categorizar algo que precisa ser evitado, visto, aceito ou modificado. É uma invenção que visa colocar em palavras tudo aquilo que parece inaceitável e, novamente, realiza-se a manobra de projeção da culpa e responsabilidade para aquele que porta essa condição. A violência é um ciclo, se vivenciada em algum momento da vida, é capaz de ser assimilada, aprendida e, posteriormente, a qualquer momento, reproduzida, jogada para fora para perder seu poder interno destrutivo. O homem vivencia variados tipos de violência ao longo de toda a sua existência, em graus diversificados, portanto, está bem treinado para reproduzi-la quando for necessário. Não somente é violento aquele que invade o espaço do outro, priva-o de seus direitos à vida, limita sua existência, arranca-lhe seus bens ou, de forma geral, comporta-se contra o que lhe é solicitado socialmente. Violento é qualquer homem que, em prol de suas próprias necessidades, deseja, planeja, comete e verbaliza coisas que causem sofrimento. O policial agressivo que tortura o suspeito, o político corrupto que não sabe lidar com tanto poder, a mãe nervosa que espanca o filho, o professor autoritário que limita a criatividade do aluno, o marido machista que submete a esposa às suas regras, o colega de classe frustrado, que precisa submeter os mais fracos a seu próprio sofrimento, o lutador venerado nacionalmente, que se enriquece a cada “batalha” vencida e o cidadão que, de alguma forma, tira proveito de situações violentas para própria diversão ou prazer. São tantos casos comuns e rotineiros e a mesma violência sendo passada para frente, ininterruptamente, num ciclo vicioso.
            Após uma vasta análise da genealogia da moral, que tem formado condutas e construído regras e valores, além de uma vasta análise dos episódios de violência tão presentes em nossa história da civilização até atualmente, pode-se chegar a uma conclusão: o homem possui desejos profundos, mas luta para se encaixar nas convenções diariamente e, no meio dessa empreitada, sempre há alguma maneira de “fugir” dessa angústia. O desejo à violência, então, se manifesta a partir de atitudes rotineiras e imperceptíveis. Mas, quando um ato de extrema violência ganha notoriedade pública, o mecanismo de projeção se faz útil. Tudo aquilo que se deseja fazer, mas é reprimido, visto com olhos críticos e castradores, projeta-se no outro que fez a passagem, que atuou por algum motivo, e então a sociedade está “salva” de mais uma responsabilidade, que agora encontra-se plenamente projetada no grande culpado e responsável pelo sofrimento humano. A violência é um enorme ciclo vicioso que precisa ser interrompido. Se se deseja modificá-la, precisa-se estar em contato com a própria violência, compreendê-la, questioná-la. Perceber o quanto somos agressivos e o quanto desejamos isso não significa liberar-se à natureza e iniciar repertórios de comporamentos destrutivos e ameaçadores. A percepção da violência é um primeiro passo para romper e prevenir que esse ciclo progrida, evitando projeções, discriminações, isolamentos sociais, vistas grossas, negligência e, consequentemente, visando relações sociais mais humanas, pacíficas e compreensivas. Se realmente existe “Psicopatia”, que ela seja vista como uma maneira de viver, uma série de significações extremamente doídas, recheadas por experiências de sofrimento que precisam ser ressignificadas. Talvez, um grande avanço na quebra desse ciclo seja perceber, de uma vez por todas, que até mesmo o “mal” precisa ser compreendido, pois esse mesmo “mal” faz parte todos nós.

BIBLIOGRAFIA
Assis, M. (1998) O alienista. Porto Alegre: L&PM.
Beccaria, C (2005). Dos delitos e das penas. 5ª edição. Martins Fontes     
Ferraz, F (2010) Perversão. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Foucault, M. (2010) Vigiar e Punir: a história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes
Nietzsche, F. (2010) Genealogia da Moral. São Paulo: Madras
Roudinesco. E. (2008) A parte obscura de nós mesmos. São Paulo: Zahar
Susini, M-L (2006) O autor do crime perverso. Rio de Janeiro: Companhia de Freud.
Weil, E. (2011) Filosofia Moral. São Paulo: É Realizações