domingo, 24 de maio de 2009

Zona de Desenvolvimento Proximal • Zone of proximal development












O que vem primeiro, o desenvolvimento ou a aprendizagem?

Há teóricos que defendem que o desenvolvimento vem antes da aprendizagem. Não que essas teorias estejam erradas, mas será que podemos limitar a aprendizagem a fases separadas da vida? Quero dizer, será que só é possível e saudável aprender a ler quando atingimos os seis anos de idade?

Há teorias que dizem que desenvolvimento e aprendizagem ocorrem de forma concomitante. Há teorias que dizem até que essa relação se dá mais ou menos como uma forma de reflexo. Isso mesmo, reflexo. É como se o ambiente demandasse uma resposta. Por reflexo, damos essa resposta e ela se torna um aprendizado para nós. A partir desse dia, essa resposta foi "internalizada" e ela se dá conforme o desenvolvimento ocorre. Fases diferentes demandam reflexos ou respostas diferentes, o que deixa a prendizagem cada vez mais complexa.

Por último, há a teoria de que desenvolvimento e aprendizagem estão intimamente ligadas, mas o aprendizado é que puxa o desenvolvimento. As teorias de Vygostsky sustentam que o indivíduo não precisa ter alcançado uma fase do desenvolvimento específica para conseguir aprender algo.

Todos temos um desenvolvimento real, que é tudo aquilo que já aprendemos e conseguimos realizar sozinhos. Todos temos também um desenvolvimento potencial. Tudo aquilo que poderemos alcançar de alguma forma e tornar desenvolvimento real um dia. A distância entre ambos foi nomeada como Zona de Desenvolvimento Proximal.

Qualquer ser humano, com o auxílio de mediação, seja de um adulto, seja de outra pessoa um pouco mais experiente, consegue transformar sua experiência social em aprendizado. É disso que a ZDP fala. Essa mediação pode ser fundamental para que essa aprendizagem ocorra. E o melhor disso tudo é que o indivíduo se apropria do que foi aprendido e o transforma em desenvolvimento real.

Voltando tudo isso para o assunto de inclusão, não seria plausível concluir que quando aplicamos rótulos a pessoas com necessidades especiais, estamos ignorando todo o conceito de ZDP? Quando um laudo é feito, detalhando tudo o que o indivíduo é incapaz de fazer, não estamos fadando o sujeito a uma posição estável para o resto da vida? O que a inclusão pode fazer para que isso não ocorra? Será que colocar um aluno de inclusão dentro de uma sala de aula, tendo em vista apenas suas dificuldades e tudo o que ele nunca conseguirá fazer é realmente incluír?


Mais detalhes sobre essa reflexão em breve....